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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 5 de maio de 2018

6º DOMINGO DO TEMPO PASCAL


Jesus Cristo é a perfeita expressão e a medida de todo amor.
Resultado de imagem para o meu mandamento é este amai vos como eu vos ameiAmor é uma palavra à qual damos sentidos muito variáveis e diferentes. A maioria das pessoas coloca o amor no âmbito dos sentimentos e, com isso, acaba eliminando sua essência. Se é verdade que o Evangelho segundo João dá ao amor fraterno num lugar central no anúncio de Jesus, não podemos esquecer que os evangelhos sinóticos conferem esta mesma centralidade à prática da nova justiça do Reino de Deus. Por isso, é preciso escutar com atenção e acolher com inteligência a proposta que Jesus nos faz no trecho do Evangelho que a Igreja propõe para este sexto domingo do tempo pascal.
Um caminho que pode nos ajudar a evitar as armadilhas do sentimentalismo é compreender o amor mais como verbo que como substantivo. A questão é como amar, e não o que é o amor. Quem conjugou o verbo amar em todos tempos, modos e pessoas foi Jesus Cristo. As primeiras comunidades cristãs compreenderam e expressaram isso de muitos modos, mas sobressai o que lemos na primeira carta de João: “Nisto se tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único a este mundo para dar-nos a vida por meio dele.” A pessoa concreta de Jesus de Nazaré, nas palavras que pronunciou e nas ações solidárias que realizou, é como a vitrine que expõe o amor de Deus no mundo.
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Eis como Jesus concretizou o amor: acolheu pecadores e resgatou dignidade deles; compadeceu-se dos famintos e multiplicou pães e peixes; comoveu-se com o sofrimento das pessoas doentes  e deu-lhes condições de plena cidadania; tomou a defesa de mulheres condenadas violentamente pelos próprios homens que as usavam;  atendeu às necessidades de pagãos e estrangeiros, dividindo com eles aquilo que era destinado apenas aos judeus; aproximou-se das pessoas excluídas e sentou-se com elas à mesa; afirmou profeticamente que os últimos da escala social são os primeiros na perspectiva de Deus.
Tudo isso porque Deus é amor, e seu amor não se mostra em suspiros e sentimentos profundos, mas em ações que garantem a quem é diverso o direito de ser e atendem suas necessidades sem impor qualquer espécie de condição. Jesus diz que nos ama na mesma dinâmica e com a mesma intensidade com que é amado pelo seu e nosso Pai. E é nessa força e nesse espírito que nos sentimos chamados e capacitados a amar. O amor de Deus que se tornou visível em Jesus Cristo se torna em nós dom e mandamento. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros assim como eu amei vocês.”
Resultado de imagem para o meu mandamento é este amai vos como eu vos ameiComo Jesus nos revelou, a vivência do amor tem mais a ver com decisão e vontade que com sentimento. O sentimento é involuntário e se impõe sobre a vontade, enquanto que o amor é a decisão de fazer-se próximo e servidor de quem é diferente e pode estar precisando de nós, e não mero sentimento. Amar significa bem-querer, bem-dizer e bem-fazer, tudo ao mesmo tempo. É desejo, palavra e ação. É nessa linha que João nos interroga: “Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele?” (1Jo 3,17)
No evangelho que meditamos hoje, Jesus apresenta a si mesmo como medida e referência do amor: “Amem-se uns aos outros assim como eu amei vocês”. Jesus é a medida do amor que inspira os cristãos. Com isso, Jesus quer nos libertar da tentação de colocar nossos desejos como referência essencial para todas as relações. O amor se concretiza no relacionamento de igual para igual, na abolição de hierarquias, senhorios e servidões, na atitude de serviço. O próprio Jesus não nos trata como servos mas como iguais, pois não reserva nada para si mesmo, e comunicar tudo significa confiar irrestritamente.
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Mas o amor cristão tem múltiplas dimensões, e uma delas é a dimensão social, apostólica ou missionária. Está muito claro que o amor generoso e intenso com que Jesus nos ama não tem como finalidade criar uma comunidade ou um clube de bajuladores ou publicitários que alardeiam suas qualidades divinas.  O amor maduro frutifica em missão solidária e transformadora. A amizade com Jesus se mostra na participação na sua missão. O amor de Jesus Cristo se realiza quando renascemos e agimos como pessoas adultas, capazes de agir orientados pelas próprias convicções e por valores essencialmente humanos.
Jesus de Nazaré, filho de Deus e filho da humanidade, fonte e medida de todo amor: faz com que teu amor por nós se transforme em amor pelos irmãos e irmãs, e converte tua igreja, hierárquica e desigual, em comunidade de pessoas amigas e igualmente servidoras. Faz com que, inspirados em Paulo, deixemos de ser defensores infantis das instituições e vivamos como testemunhas de um amor despojado, crucificado e renovado. Ajuda nossas autoridades a descobrirem que elas permanecem sempre e fundamentalmente humanas, e isso é bom e bonito. Assim seja! Amém!
 Itacir Brassiani msf
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