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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 28 de outubro de 2017

COMO REZAR

“Pedi e vos será dado, buscai e encontrareis, batei e vos será aberto” (Mt 7,7). Três verbos que resumem uma forma de oração ou meditação: pedir, buscar e bater. Mas também exigem uma relação íntima e dinâmica com o Deus e Pai de Jesus Cristo. Um persistência diária de encontros e reencontros. Façamos um percurso de caráter espiritual, invertendo o sentido dos verbos.
Bater! Não importa o quanto nos sentimos distantes da Casa de Deus, não importa a sensação de vergonha pela longa ausência, não importa o medo oculto de uma possível punição... Não importam nossas quedas e fraquezas, nossas debilidades e pequenas formas de infidelidade... Não importam nem mesmo nossos erros, desvios e pecados... O Pai nunca fecha a porta ao filho que bate, nunca vira as costas a quem o invoca. Se o pode fazer às vezes o pai terreno, jamais o fará o Senhor do céu e da terra. Prova disso encontramos na surpreendente parábola do filho pródigo. Também chamada parábola dos dois filhos e, melhor ainda, parábola do Pai misericordioso (Lc 15, 11-32). Antes mesmo que o filho se aproxime e, contrito, tente esclarecer as coisas, o pai já tomou a iniciativa de correr ao seu encontro.
 Abraça-o, faz-lhe uma festa porque “estava morto e voltou à vida”. Perdão e misericórdia significam uma nova oportunidade para retomar o caminho. Vale o mesmo, porém, para os que batem à nossa porta: sabemos acolhê-los e hospedá-los no círculo de nossa amizade, de nossa família ou comunidade?
Buscar! Do berço ao túmulo, o ser humano se caracteriza pela busca irriquieta. Jamais se cansa de procurar por algo ou alguém. Mas, o que buscamos? Que espécie de coisas acumulamos em nossas simbólicas gavetas? Dinheiro, riqueza, poder, honra, glória, fama, influência, títulos, conhecimento... “Vaidade das vaidades”, diz Coélet, “vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Ecl 1,1)! Os bens materiais que, com suor e fadiga, procuramos conquistar, ganhar ou tomar são os mesmos que abandonamos ao partir. As riquezas deixam órfãos e deserdados os que partem. Aquilo que preenche o vazio de nossa existência são as relações que cultivamos. Aliás, passam a ser o nosso verdadeiro e único tesouro. Relações com Deus, relações com os demais, relações com a beleza da criação. Intimidade e abertura, silêncio e escuta, diálogo e transparência; prodigalidade no dar e receber. Buscar a Deus, passando pelo próximo; buscar o próximo, passando pela Casa de Deus. Eis o que realiza e torna feliz a alma humana. De outro lado, porém, que fazemos com quem bate à porta de nosso coração e de nossa casa?
Pedir! Volta a vergonha, volta o receio de uma recusa, volta o sentimento de que somos indignos de sua atenção. Como se o amor e a bondade de Deus se orientasse pelos nossos méritos! Não, o oceano de sua misericórdia encontra-se muito acima do que fazemos ou deixamos de fazer, do mal ou bem que praticamos. Então, por que fazer o bem? Porque só ele nos torna felizes, devolve a paz ao coração aflito e atormentado. Só ele está em sintonia com o projeto de Deus, impresso em nossas fibras mais íntimas. O Pai ama não porque fazemos isso ou aquilo, mas porque somos filhos e filhas. Seu amor é incondicional, vem antes de que possamos julgar se o merecemos ou não. “Deus demonstrou seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores” (Rm 5, 8). Pedir requer humildade, tal como bater e buscar. Humildade para reconhecer a própria pequenez, para revelar a própria nudez. Mas a nudez, quando revestida pelo olhar de quem ama, em lugar de nos deixar expostos à curiosidade alheia, expressa em toda a sua plenitude e dignidade da pessoa humana. Que dizemos a quem nos pede algo?

Por isso, convém ter presente que ao ato de “pedir, buscar e bater” em relação a Deus, corresponde uma atitude semelhante em relação às pessoas com quem vivemos e nos relacionamos. Correspondência infinitamente inferior, sem dúvida, mas que indica o horizonte a ser perseguido. Na base dos três verbos, o ser humano se reconhece como criatura diante da grandeza infinita do Criador. Reconhece, além disso, o dom da vida como o maior tesouro a ser cultivado!

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O amor a Deus e ao próximo são duas faces da mesma moeda.
Resultado de imagem para amor a deus e ao proximoQuem não gosta de celebrações criativas, vibrantes e envolventes? E quem não se encanta com a aventura de mergulhar cada vez mais profundamente no antigo e sempre novo, fascinante e terrível Mistério de Deus? Quem não se sente chamado irresistivelmente a amá-lo como é amado? Mas essa experiência sedutora de um Deus que nos ultrapassa infinitamente e nos ama incondicionalmente não pode fazer-nos indiferentes à sorte dos nossos irmãos e irmãs, às duas dores, preocupações e esperanças. Jesus unifica o amor a Deus e o amor ao próximo, como dois trilhos do mesmo trem.
No Evangelho de hoje, Mateus nos relata o esforço quase desesperado dos fariseus para fazer Jesus tropeçar em algum ponto da correta doutrina religiosa e moral do judaísmo. Eles já o haviam provocado com a questão dos impostos devidos ao império romano. Tinham notícia também de como Jesus havia enfrentado a armadilha preparada pelos saduceus, em torno da questão da ressurreição dos mortos. E agora voltam com uma questão de doutrina religiosa e de espiritualidade: qual é a hierarquia dos mandamentos, qual deles é o mais importante?
É claro que os fariseus não querem aprofundar so conhecimento sobre Deus e seu Reino. O que eles procuram insistentemente é um motivo para rejeitar globalmente o ensino de Jesus e tirá-lo de circulação. E quando perguntam qual é o maior mandamento da lei, querem dar a entender que os mandamentos são muitos, e a definição do mais importante é uma operação teológica complicada e arriscada. Os mandamentos seriam vários e não teriam um eixo que os move e em torno do qual giram.
Resultado de imagem para amor a deus e ao proximoJesus não se intimida, e responde à pergunta provocadora com serenidade e clareza. “Ame o Senhor seu Deus com todo teu coração, com toda tua alma e com todo tua inteligência. Este é o primeiro e grande mandamento.” Dando essa resposta, parece que Jesus se conforma à expectativa de todos seus interlocutores e opositores, e não deixa margem para qualquer crítica ou desconfiança. Entretanto, mais que uma resposta estratégica, a resposta de Jesus é uma afirmação que vai ao centro da questão religiosa.
Em primeiro lugar, parece que Jesus dá a entender que se trata de amar a Deus, mas não de amar de qualquer maneira. Jesus não propõe um amor sentimental ou voluntarista. Ele sublinha um amor lúcido, racionalmente orientado (com toda tua mente); um amor encarnado na vida e nos gestos cotidianos (com toda tua alma); e um amor decidido, sensível e humano (com todo teu coração). Este amor está a quilômetros de distância de um mero sentimento que se desfaz em lágrimas diante das catástrofes mas mergulha na indiferença diante da opressão e dos golpes feitos em nome da moralidade.
Resultado de imagem para amor a deus e ao proximoO que Jesus nos propõe com este mandamento ‘primeiro e central’ é uma vida integralmente centrada em Deus e na sua vontade. E isso é muito mais que amar a Deus como um entre os muitos objetos ou sujeitos que podem realizar nossos desejos. Amar desse modo significa ter Deus e o seu Reino como a referência absolutamente central das nossas opções, práticas e projetos. Deus não pode ser simplesmente mais uma pedra na construção, mas a arquitetura que a define e o alicerce que a sustenta.
Mas Jesus não se detém na resposta aprovada pela ortodoxia e esperada pelos líderes religiosos. Ele surpreende a todos dizendo que há um segundo mandamento, com o mesmo valor e inseparável do mandamento primeiro e central: “Ame o seu próximo como a si mesmo.” Esse mandamento era conhecido pelos fariseus e doutores da lei, mas eles – como muitos de nós – jamais o colocariam no mesmo nível de importância do amor a Deus. Isso soaria como uma heresia horizontalista.
Para não deixar dúvidas, Jesus afirma de forma lapidar que todas as escrituras se resumem e realizam nesses dois princípios. A vontade de Deus, aquela vontade que em cada oração do Pai-Nosso pedimos que seja realizada, se concretiza num amor terno, lúcido e firme dirigido ao mesmo tempo a Deus e aos nossos semelhantes, especialmente àqueles que se encontram socialmente e humanamente mais fragilizados. E é daqui que parte também toda profecia, missão hoje tão urgente quanto complexa.
Resultado de imagem para amor a deus e ao proximoDeus pai e mãe, amor que envia e sustenta missionários que dedicam a própria vida para recordar que o amor a ti e ao próximo vão sempre de mãos dadas: te agradecemos porque suscitas pessoas que, sustentadas por teu amor, dão o melhor de si mesmas para que as juventudes tenham seu lugar reconhecido e os mais pobres possam viver dignamente. Que teu santo Espírito ajude a Igreja a recriar e anunciar teu Evangelho como boa notícia que aproxima todos os seres humanos. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf 

sábado, 21 de outubro de 2017

CELEBRAÇÃO ESPECIAL DE JUBILEU COM AS CRIANÇAS

Dia 17 de cada mês nossa comunidade está realizando uma celebração especial em preparação ao Jubileu de ouro do próximo ano dia 17 de Sembro de 2018
Este mês foi dedicado as crianças. Participaram os alunos da escola do Bairro Esther Schereder.
Foi presidida este celebração pelo padre Rafael Backes.
As crianças estavam atentas e respondiam as perguntas e rezavam e acantavam com muito vigor.
A missa foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Carmelo. 





Os Grupos eclesiais da comunidade entraram com as imagens do Sagrado Coração
de Jesus que está passando nas famílias e neste dia elas entregaram para outra família.


Devoção e recolhimento na hora do ato penitencial




Entrada da Bíblia com as irmãs. 



Sagrado Coração de Jesus ornamentado para as crianças com balões




Também crianças dependentes estavam e tratadas com grande carinho e cuidado.





Abraço da paz





As crianças que ainda não fizeram a sua primeira comum receberam pãezinhos bentos





Os vocacionados ao sacerdócio Evandro fez a filmagem




Ir. Paula entregou a imagem do Sagrado Coração de Jesus a diretora da escola Esther Isabel Padilha



A troca das imagens


A bênção das crianças


As irmãs oferecem mimos as crianças uma mensagem e boces




Algumas das professoras do Colégio Esther 



Arthur nosso amiguinho que sempre ajuda nas celebrações passando as caixinhas e acendendo a vela



Jovens vocacionados ao sacerdócio. sobrinho e tio.


29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A luta pela justiça está no coração da fé cristã!
Resultado de imagem para dia das missões 2017As comunidades católicas rezam hoje pelas missões, pelos seus missionários e missionárias. Estes homens e mulheres abrasados pela fé, fortalecidos pela esperança e seduzidos pelo desafio de ultrapassar fronteiras não são entidades de outro planeta, nem pessoas moralmente ou espiritualmente superiores a nós. Como Jesus, os missionários são pessoas que não fazem diferenças entre as pessoas em favor dos familiares, compatriotas ou partidários. São criaturas que têm lucidez e coragem para relativizar as pretensões dos poderosos e defender os direitos dos pequenos.
Depois da parábola do banquete, na qual Jesus afirma que os principais de Israel recusam o convite gratuito de Deus, esta elite não parece mais interessada em responder ou discutir com Jesus: retira-se para conspirar e planejar um ataque fulminante contra Ele. Com ironia, hipocrisia e cinismo, os doutores da lei, escribas e herodianos preparam uma armadilha para enrolar e surpreender Jesus e, assim, fabricar as provas que necessitam para a condenação, que já está decidida. A ironia e o cinismo ficam evidentes nos elogios dirigidos a Jesus pelos emissários das elites judaicas.
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Mesmo sem querer, nos elogios irônicos e cínicos que dirigem a Jesus, seus adversários apresentam seu perfil verdadeiro e inatacável. Jesus é um profeta que não se sente inibido na sua opção pelos pobres nem diante da pressão dos poderosos; não abandona os caminhos de Deus, mesmo diante das alternativas que oferecem sucesso e êxito; não foge das questões espinhosas, nem apela a uma mal dita neutralidade política, a uma indefinida vida interior ou às coisas da alma; sabe distinguir o reconhecimento e a adesão humilde à sua proposta dos elogios falsos, interesseiros e enganadores...
O que está em discussão no evangelho deste domingo não é uma questão simplória como pagar ou não pagar impostos. O que as elites, do judaísmo e de todos os tempos, querem saber é se, diante do poder opressivo dos impérios, Jesus e seus discípulos são colaboradores ou subversivos; se mantém sua profecia ou abaixam a cabeça e calam a boca, deixando os fracos à sua própria sorte; se o projeto de Deus mergulha na história ou se dirige apenas ao coração e a uma fé privatizada e intimista. De qualquer modo, a questão não é a autonomia dos poderes político e religioso, mas a relação entre fé e política.
Resultado de imagem para dia das missões 2017O tributo imposto e cobrado dos povos colonizados pelo império romano era um meio de subjugá-los, e a própria moeda servia como estratégia de propaganda do imperador e de afirmação do seu status divino. Para os judeus mais piedosos, a simples apresentação da imagem do imperador gravada na moeda provocava indignação, pois era um sinal da tentativa de diviniza-lo. Diante da prova da moeda, Jesus não se submete à fácil solução de separar fé e política, poder temporal e crítica profética. Sua resposta sábia e corajosa é um caminho: “Devolvam a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”
A conclusão de que, com esta resposta, Jesus estaria afirmando que a fé não tem nada a dizer sobre a esfera política, mesmo sobre um poder ditador e opressor, é puro preconceito e ideologia escapista, sem nenhuma base exegética. É esse o velho argumento dos apoiadores do governo Temer, disfarçando o cínico apoio de pastores interesseiros a um governo intrinsecamente corrupto. O que Jesus faz é pedir que se devolva ao imperador a moeda, instrumento de propaganda e de exploração, e que se reserve a Deus a vida e do seu povo. Partindo do valor absoluto e transcendente do Reino de Deus, Jesus condena as pretensões absolutistas do imperador e suas práticas de exploração dos povos por ele subjugados.
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Com essas palavras, Jesus contextualiza e relativiza o poder colonialista e a lealdade às autoridades. Sem recorrer à violência, e falando em nome de Deus, Jesus exercita a profecia e subverte a ordem estabelecida. Isso nos lembra que profecia, a justiça e a promoção humana são intrínsecas à missão.  Precisamos desenvolver a atitude de discípulos missionários que tenham coração grande para amar e forte para lutar. Com Paulo, dizemos: “Nos lembramos sempre da fé viva, do amor capaz de sacrifícios e da firme esperança de vocês... Sabemos que vocês foram escolhidos por Jesus Cristo...”

Resultado de imagem para dia das missões 2017Deus pai e mãe, dá-nos coragem e sabedoria para relativizar todos os poderes, inclusive os poderes religiosos, e subordiná-los ao serviço à vida. Ajuda tua Igreja a assumir, sem medo e sem reticências, a missão de encarnar o Evangelho do teu Filho na política, na economia e na sociedade, colaborando na edificação de um país justo e solidário. E não permite que teus filhos se cansem de testemunhar com clareza, de servir com amor, de dialogar com humildade e de anunciar o Evangelho com intrepidez. Esta é a missão que está no coração da nossa fé, como nos lembra nosso Papa Francisco. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

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Queridos irmãos e irmãs!
O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De fato a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria.
Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo embaralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?
A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo
A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.
Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (S. Irineu). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).

A missão e o kairós de Cristo

Resultado de imagem para dia mundial das missões 2017Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, a missão da Igreja representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual.
Lembremo-nos sempre de que, no início da vida cristã não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (S. Inácio de Antioquia).
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O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo.Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protegeu um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, Uganda, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.

A missão inspira uma espiritualidade de peregrinação contínua

A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho. A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, entre o «já» e o «ainda não» do Reino dos Céus.
A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja auto referencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças.

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Os jovens, esperança da missão

Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra! A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018, sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.

Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização

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Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso «sim» à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.
Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017.
FRANCISCO