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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 26 de agosto de 2017

DIA DO CATEQUISTA


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Quem é você que um dia qualquer
Sentiu teu coração bater diferente
E sem o menor medo sequer
Decidiu doar-se a Deus bem de repente?

Quem é você que mesmo sem saber ler,
Mas com uma coragem desconhecida,
Escolheu uma nova forma de viver
Aquela vocação há tanto tempo sentida?

Quem é você que ainda tão jovem,
Deixou de lado curtir as baladas
Para dedicar todo tempo que tem
A falar de Jesus com palavras abençoadas?

Quem é você que depois de longa jornada,
De vida vivida com experiência e sabedoria,
Assumiu um novo desafio na caminhada
Aceitando aquele chamado que ouvia?

Quem é você que não te escondes de Deus,
Que de norte a sul e de leste a oeste,
Muitas vezes deixa de lado os seus
Pra atender a missão que recebeste?

Tu és uma estrela no céu a brilhar,
Que Jesus ilumina com sua luz,
Pois assumiste a missão de catequizar
E a outros, pelos caminhos de Deus, conduz.

És uma pessoa por Jesus escolhida
Para levar ao mundo a mensagem de amor,
Tornando sua Palavra mais conhecida,
Mostrando a salvação que vem do Senhor.

És da comunidade a voz esperada,
Que leva esperança e fé ao povo de Deus,
Que é sinal da caridade encarnada
Vivendo a solidariedade nos dias seus.

És aquela que a Palavra vai semeando,
Sabendo que é apenas um instrumento.
E o amor de Deus vai divulgando,
Pondo nessa missão teu sentimento.

És de Jesus a maior conquista,
Pessoa que foi escolhida por amor.
No meio do rebanho, és catequista,

Imagem fiel de Nosso Senhor

Autora: Maria Aparecida de Cicco

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21º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A fé em Jesus Cristo é o alicerce que sustenta a Igreja.
Jesus deixa a região marginal da Galileia, onde revelou sua compaixão pela multidão faminta e tomou a iniciativa de alimentá-la, e chega à região de Cesaréia de Filipe. No passado, esta região fora famosa pelo santuário dedicado a Pã, divindade protetora dos rebanhos e pastores. Mais recentemente, o rei Filipe rebatizara a cidade com o nome de Cesaréia de Filipe, em homenagem a César Augusto. Este nome e esta homenagem mexiam com a questão da soberania e da submissão política de um povo.
A primeira pergunta que Jesus dirige aos discípulos, justamente neste lugar carregado de significado político, soa como uma espécie de enquete: “Quem dizem os homens que é o filho do homem?” E um elemento que não pode ser menosprezado é o apelativo que Jesus usa para referir-se a si mesmo. A expressão ‘Filho do homem’ destaca os vínculos de Jesus com os homens e mulheres comuns, e é o nome que ele mesmo prefere e usa com mais frequência. Conhecedor da ambiguidade dos conceitos e expectativas que escondem, Jesus evita referir-se a si mesmo como Filho de Deus ou Messias...
Podemos imaginar que a resposta não saiu assim muito rapidamente. Entre os discípulos fez-se silêncio, e eles se esforçaram para recordar aquilo que o povo dizia depois de ter escutado e conhecido Jesus. As respostas que eles resumem vinculam Jesus claramente ao movimento profético. O povo identifica a ação e a pregação de Jesus com a missão dos grandes profetas da sua tradição, aqueles homens que falavam e agiam em nome de Deus e defendiam o direito dos oprimidos.
Mas parece que o interesse de Jesus não é apenas fazer uma espécie de pesquisa de opinião... Ele escuta atentamente a resposta dos discípulos, mas não comenta a síntese que eles apresentam. Faz-se novamente silêncio. Então Jesus, olhando os discípulos nos olhos, pergunta-lhes enfaticamente: “E vocês, quem dizem que eu sou?” O que interessa a Jesus são as fantasias e expectativas que povoam a mente e o coração dos homens e mulheres que seguem seus passos e escutam suas palavras.
A pergunta é séria e as respostas não estavam escritas em nenhuma cartilha. A tradição na qual os discípulos haviam sido formados oferecia possibilidades diversas e contrastantes de resposta. O chão que eles pisavam lembrava deuses pastores e impérios dominadores. A pergunta toca direto nas expectativas que eles alimentam sobre Jesus, e coloca em questão a relação que tem com ele. No fundo, Jesus pergunta “que lugar eu ocupo na vida, no projeto e nas opções de vocês?
Tanto para aqueles discípulos com para nós, as respostas que ouvimos dos nossos pais, catequistas, padres e professores podem ajudar, mas são radicalmente insuficientes. A resposta à pergunta de Jesus deve vir da vida pessoal e eclesial; está inscrita nas nossas práticas, relacionamentos, opções e utopias; está oculta no tipo de relação que cultivamos com Cristo, no lugar que ele ocupa em nossa existência. Portanto, não pode ser uma resposta à flor da pele, na ponta da língua, irrefletida.
Pedro rompe o silêncio. Com voz insegura, mas sereno e até ousado, fala, como sempre, em nome dos demais discípulos: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” É uma afirmação de fé, porque nela Pedro reconhece que aquele ser humano concreto, aquele jovem galileu que se compadeceu da multidão faminta e elogiou a fé de uma mulher pagã, é o Ungido pelo Espírito Santo, o pastor de Israel, o enviado de Deus para realizar seu projeto. E Jesus chama Pedro de rocha, pois é sobre essa adesão de fé que ele confia a continuidade da sua missão. Esta adesão firme e fiel se torna chave que abre e fecha portas.
A resposta de Pedro não nasce dos medos ou desejos infantis de onipotência, nem é ensinada pelos doutores de plantão. O reconhecimento e a fé num Deus presente na carne humana é dom de Deus aos pequenos. Não precisamos de fé para aderir a um deus que se identifica com os poderosos e as grandes obras, mas ela é indispensável para reconhecer Deus na história e para colaborar com sua missão libertadora. É nisso que se manifesta a profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus, como diz o apóstolo Paulo. Como são insondáveis as decisões e misteriosos os caminhos de Deus! 
Deus pai e mãe! Teus caminhos são impenetráveis, tu andas pela contramão da história dos grandes. Oxalá nossa pregação não se apoie no poder do dinheiro, na força das armas e na persuasão da oratória. E que tua Igreja, inspirada na prática de Jesus de Nazaré, o missionário querido que enviaste ao mundo, valorize e promova a vocação dos leigos e leigas, tanto na sociedade como na Igreja, reconhecendo sua fé como alicerce firme e evitando tratá-los como menores de idade ou dependentes. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SANTA TERESA

HOJE COMEMORAMOS 455 ANOS DE FUNDAÇÃO DO CARMELO TERESIANO. 

SanJose

Assim Teresa de Jesus expressa este desejo de Jesus para que funde uma nova comunidade;
“Certo dia depois da Comunhão, Sua Majestade me ordenou expressamente que me dedicasse a esse empreendimento com todas as minhas forças, prometendo-me que o Mosteiro não deixaria de ser feito e dizendo que ali seria muito bem servido. Disse-me que deveria ser dedicado a São José; esse santo glorioso nos guardaria uma porta, e Nossa Senhora, a outra; Cristo andaria ao nosso lado, e a casa seria UMA ESTRELA DA QUAL SAIRIA UM GRANDE RESPLENDOR...” (Cf. Vida, 32,11)


sanbartolome

Hoje é o aniversário de um evento singular, 455 anos da Fundação do primeiro convento reformado de Teresa: Dona Teresa de Ahumada, já madura na idade para aquele tempo, 47 anos, bem instalada em seu convento de La Encarnación, decidiu abandonar a vida fácil do habitat do convento e lançar-se na conquista de uma utopia: viver a aventura de uma vida austera, contemplativa e fraterna, dependendo da Providência e do trabalho das mãos. O conventito reformado, com permissão de Roma, sem o saber, o bispo Dom Álvaro de Mendoza dedicou-o ao nosso padre São José. Quatro noviças a acompanharam nesta aventura espiritual original

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Úrsula dos Santos, Maria de S. José, Antonia do Espírito Santo e Maria da Cruz são quatro mulheres praticamente desconhecidas, mas possibilitaram a passagem que Teresa de Jesus deu na história. São as primeiras Descalças. Atrevidas e enamoradas, como ela, canalizavam forças vivas que significavam uma mudança real no panorama humano e religioso de seu tempo.



Mulheres capazes de decidir o que queriam fazer com suas vidas, que escolheram a liberdade de serviço. Eles começaram uma vida de solidão, maximamente simples e silenciosa, centrada na pessoa de Jesus. E onde a amizade, a busca do bem comum, informava tudo. Destas, Teresa se impressionava sua "grande coragem ... e o espírito que Deus lhes deu para sofrer e servi-lo".
Em 1562, Teresa e seus companheiros mudaram o curso da história. Eles começaram um "caminho e modo de vida" que não se limitaria às paredes da sua casa. Seu modo de vida teve as comportas abertas.



E Teresa não pretendia nada além de aumentar o fluxo, sabendo que Deus está na história do mundo e que a história não é previsível, mas está cheia de nomes grandes e pequenos que optam por "fazer história". Homens e mulheres que compartilham o que têm em comum - como aquelas quatro descalços - tornam possível dar um passo à frente.

sábado, 19 de agosto de 2017

DIA DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA

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Mensagem por ocasião do Dia da vida Religiosa Consagrada pelo Diretor da Conferência do Religiosos do Brasil CRB

ESTIMADAS RELIGIOSAS! ESTIMADOS RELIGIOSOS!
Ao meditar sobre o que dizer-vos neste Dia do Religioso, da Religiosa, lembrei-me da fala de Maria Tristão, numa reunião de mulheres em Angola, quando lá trabalhei diz ela:  “Que seria de nós sem essa gente de Deus (falava dos padres, das religiosas e religiosos) neste tempo de miséria e de tristeza?! Mas a vida continua! ” (Maria Tristão (Angola).
A meu ver, ela sintetiza o fundamento, a missão e os desafios que temos como homens e mulheres consagrados/as, neste mundo conturbado em que vivemos.

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A fé nos dá a certeza de que somos amadas/os e escolhidas/os por Deus, desde o ventre materno. Ele nos amou por primeiro e nos escolheu, para enviar-nos em missão junto a seus prediletos: “as ovelhas sem pastor! ” Aqui está o núcleo identitário da Vida Religiosa Consagrada: Deus nos ama, nos escolhe, prepara, envia em missão e nos sustenta com seu braço forte. Como diz a senhora da Angola, nós somos ‘gente de Deus’. Nós pertencemos a Ele. E isso tem o seu preço: “eu vivo para meu amado! ”
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De que missão estamos falando quando nos referimos às/aos religiosas/os? Em primeiro lugar falamos do testemunho de sermos pessoas de Deus, suas amigas íntimas. Descobrimos, nessa amizade, um tesouro e aceitamos “vender tudo o que tínhamos para ficar com Ele”.
Neste mundo pré-cristão, no dizer de uns, ou pós-cristão, no dizer de outros, nós, os religiosos e religiosas, somos cada vez mais desafiados/as a ser místicos horizontais, capazes de testemunhar a alegre presença de Deus em nós e na vida cotidiana, mesmo nos acontecimentos mais absurdos e doloridos. Para isso, precisamos ser pessoas contemplativas, capazes de confrontar a vida com a Palavra revelada em Jesus Cristo. Aí poderemos dizer como a mulher do Cântico dos Cânticos: “Encontrei o meu amado nas ruas da cidade! ”
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Mas também, Deus nos envia para uma ação, segundo o carisma próprio de cada instituição: saúde, educação, pastoral, oração, migrantes e tantos outros serviços em favor do povo de Deus. Místicos e profetas, trabalhadores do Reino, capazes de dar resposta competente às necessidades das pessoas do mundo atual. Daí nasce o desafio de preparar-nos para a missão por meio do estudo, da pesquisa, da formação continuada, assumida como resposta vocacional e não como promoção pessoal ou mecanismo de defesa. “Sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito. ”
Amigas e amigos, a esperança e a alegria da vida doada em comunidade é sinal de que somos consagradas/os livres e realizadas/os. Dona Maria Tristão compreendeu isso: “A vida continua”, com esperança, porque sabemos em quem confiamos e Deus não abandonará os seus ungidos. A vida dos/as nossos/as fundadores/as o atestam.

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Feliz dia da Religiosa! Feliz dia do Religioso! Muito obrigado por tudo o que fazem pelo Reino! Que Deus, por intercessão da Mãe Aparecida, abençoe a todas/os. Continuemos alegres na esperança, pacientes nas dificuldades, perseverantes na oração e criativos na missão. Místicos e profetas para um mundo em mudança.
Um abraço!

Ir. Joaquim Sperandio, fms, e Diretoria da CRB Nacional

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SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA

Maria simboliza a humanidade liberta e solidária.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhora da glóriaA Assunção de Nossa Senhora é uma festa mariana que, para as comunidades católicas do Brasil, está ligada à semana dedicada à vocação à vida religiosa. Mas aquilo que cremos sobre Maria não tem a ver exclusivamente com os religiosos e religiosas: de alguma forma, se refere a todos os homens e mulheres, à comunidade eclesial, ao povo de Deus. A glorificação de Nossa Senhora, que é a plena realização de sua vida e sua vocação em Deus, é uma interpelação e uma promessa extensivas a toda a Igreja e a todos os homens e mulheres. E isso é preanunciado na imagem que João vê aparecendo no céu.
Lucas apresenta Maria como uma mulher que sabe ouvir a Palavra viva de Deus e que está pronta a dar o melhor de si para que esta Palavra se realize na história. É alguém que ousou acreditar na força da Palavra e na fidelidade daquele que a pronuncia. Deus pôde realizar grandes coisas nela e através dela porque encontrou em Maria a base humana indispensável. Não fazemos bem quando a idealizamos e desumanizamos, tirando-a da história. Para fazer-se humano o Filho de Deus precisou de uma pessoa fundamentalmente humana, não de uma criatura angélica e desencarnada do mundo!
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Depois da experiência de ser amada e de ser chamada a gerar e dar à luz aquele que é a Luz do mundo, Maria vai apressadamente à casa de Isabel. Busca nesta família fiel um sinal que confirme a parceria de Deus com os humildes, sua aliança com os pobres e a veracidade de suas promessas. A discípula se faz serva, a serva se mostra peregrina e a peregrina experimenta a hospitalidade na casa de Isabel. Abraçadas no amor de um Deus que não esquece sua misericórdia, duas mulheres louvam a Deus e profetizam publicamente. A discípula, serva e peregrina se transforma em profetiza destemida. Maria contempla a história do seu povo e proclama a intervenção libertadora de Deus.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhora da glóriaÉ importante não esquecer que Maria, esta mulher que foi elevada e assunta ao céu, não é apenas uma humilde trabalhadora do lar, uma pessoa discreta que acredita em Deus, uma doce e recatada esposa de um carpinteiro. Deus assume em corpo e alma e eleva à glória do céu uma mulher que rompe com os costumes que menosprezam a mulher e a mantêm calada, que diz uma palavra profética na arena pública, que proclama uma revolucionária intervenção de Deus num mundo patriarcal e opressor. Ela já havia usurpado o título masculino de “Servo de Deus” e agora abre a boca e faz-se profetiza.
Por isso, Maria simboliza uma Igreja com traços femininos. Nela e com ela, a Igreja é chamada a construir-se como corpo que acolhe, aquece, alimenta, ensina, respeita e favorece o crescimento e o amadurecimento dos filhos e filhas. Uma Igreja institucionalmente rígida, fechada, autoritária, legalista e doutrinária tem pouca relação com a figura feminina de Maria. Com Maria e suas companheiras mulheres é possível construir uma Igreja que vive intensamente a alegria do Evangelho, que deixa de ser alfândega e tribunal para ser lar e enfermaria que sai para acolher e cuidar, como quer o Papa.
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Inspirada em Maria, a Igreja precisa criar espaços e condições favoráveis para o desenvolvimento de homens e mulheres maduros, livres, despojados, solidários e comprometidos com a salvação do mundo. Um corpo ou uma instituição que se impõe pelo medo e pela lei estaria condenado à esterilidade e nunca terá a graça de sentir os filhos e filhas saltarem de alegria no seu ventre. Seria um corpo incapaz de conhecer a felicidade, e permaneceria um túmulo de homens e mulheres que não chegam a nascer verdadeiramente. Deus nos livre de uma Igreja com nome feminino mas com estruturas masculinas!
Na origem da vocação à vida consagrada está a experiência de um Deus que olha nos olhos e, sorrindo, nos chama pelo nome. Ou uma experiência como aquela de Maria e de Isabel: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo!” E então, a partir disso, os pés percorrem caminhos e o corpo estremece de alegria por receber inesperadamente a visita de Deus na própria casa. A vocação à vida religiosa não é primariamente um caminho de purificação moral ou de desprezo do mundo, mas a experiência de plenitude de uma graça que não cobra méritos: dar de graça aquilo que de graça se recebeu.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhora da glóriaMaria, profetiza corajosa, mãe amorosa e discípula fiel do teu Filho: intercede junto a ele para que as pessoas que se consagram a Deus sejam ouvintes da Palavra, cresçam no serviço aos pobres e amadureçam na profecia. Que sejam fiéis ao chamado de proclamar com a vida e com palavras que nada pode ser colocado acima do amor pessoal a Jesus Cristo e aos pobres nos quais ele vive. Assim, ajudarão Jesus a vencer a morte que ameaça seus irmãos, que não se reduz à luta contra a corrupção. E que se façam ativa e corajosamente presentes nos desertos, nas periferias e nas fronteiras. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

sábado, 12 de agosto de 2017

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O Senhor é presença e companhia em todas as travessias!
Resultado de imagem para imagem de caminhoA vida é uma travessia, e crer é caminhar. As travessias costumam ser arriscadas e causam medo. Há aqueles que preferem evitá-las sempre, convictos de que o risco não compensa. São pessoas que fecham os ouvidos a todo e qualquer chamado; padres que desempenham sua missão pastoral como uma atividade qualquer ou até como uma carreira; pais e famílias que se recusam a assumir sua missão de educar seus filhos para o amor; fiéis que preferem as velhas e potentes imagens de Deus ao desafio de descobri-lo na brisa leve da luta pela justiça...
Mas a revelação de Deus é experimentada mais claramente nos movimentos de passagem que na estabilidade dos templos e dos lugares-comuns: do Egito para a terra prometida; do centro para a periferia; do eu para o nós; da aparente segurança das cavernas para o descampado estimulante da montanha; do poder para o serviço; da autossuficiência para a entreajuda; do peso das estruturas eclesiásticas para a leveza e a criatividade do Espírito. Parece que Deus não gosta de se estabelecer! A Deus agrada mais o campo aberto e as estradas que os templos e palácios...
Resultado de imagem para imagem de JESUS com os pobresComo nos lembram sobejamente os evangelhos, os discípulos de Jesus imaginavam um Deus indiferente às necessidades dos famintos, ou suficientemente poderoso para resolver todas as dificuldades do povo. Esta é a imagem de Deus que predomina nas diversas religiões e em amplos setores do povo católico ainda hoje. Mas Jesus revela-se um Deus compassivo com os pobres, um Deus que tem necessidade da nossa colaboração – nem que seja apenas cinco pães e dois peixes! – na sua ação libertadora. E é ele que nos convida a superar o medo e confiar na sua presença em todas as travessias.
Resultado de imagem para imagem de JESUS caminhando sobre as aguasInfelizmente, apesar dos séculos de pregação, as imagens de um Deus poderoso e ameaçador, ou então nacionalista e ligado aos interesses de pequenos grupos, ainda não se apagaram da nossa memória. Ensinaram-nos que Deus se revela no poder destruidor dos terremotos, no fogo devorador das ideologias totalitárias, no mistério aterrador dos furacões, nos pesados decretos que condenam, na dura punição aos que erram. Segundo essa ideologia religiosa, Deus seria onipotente, onisciente e onipresente. Quanto mais poder ou saber alguém possui, mais se pareceria com Deus...
Diante de um Deus com estas características, caímos por terra ou gritamos de medo. E do ventre do medo não costuma nascer o amor que se faz dom, mas a agressividade da autodefesa ou da dominação. Um Deus com tais traços é um fantasma, uma fantasia que se abriga nas pessoas que não superaram o desejo infantil de onipotência. E esse fantasma, via de regra, está a serviço das diversas formas de dominação e de infantilização religiosa, econômica e política. Parecemo-nos com Pedro, que tenta caminhar sobre as águas, revelando seu desejo de participar da presumida onipotência de Deus...
Resultado de imagem para imagem de JESUS caminhando sobre as aguasÉ o medo dos ventos contrários, das diferenças e dos questionamentos que gera a dúvida e nos leva a afundar, tanto em termos humanos como espirituais. O medo não nasce da verdadeira experiência de Deus, mas de uma imagem parcial ou confusa de Deus. É isso que percebemos nos discípulos no episódio da travessia do mar: a força do vento e das ondas, que fustigam a barca como a tirania dos poderosos, somada à ideia de um Deus que caminha indiferente sobre as ondas, arranca-lhes gritos de pavor. É essa dúvida sobre a divindade de um Jesus frágil e compassivo leva Pedro a afundar apavorado!
Na carta aos Romanos, Paulo lamenta que seus irmãos de raça e sangue tenham se apegado às leis, à religião, às instituições e às promessas como se fossem um privilégio que os colocam acima dos demais seres humanos e povos e fora das peripécias e exigências da história. Talvez seja esse o maior obstáculo aos acordos de paz em vista da justiça, tão necessários na Síria como na Venezuela e no Brasil. Isso nos lembra que filiação é um dom e uma graça que carregamos como tesouro e em vasos de barro, e jamais um privilegio ou uma propriedade. Nem todos aqueles que ostentam o título de cristãos o são de fato...
Resultado de imagem para imagem de JESUS caminhando sobre as aguasDeus, pai e mãe, presença amorosa e encorajadora em todas as humanas travessias... Tu conheces a generosidade e a ambiguidade, a coragem e o medo de cada um de nós. A tentação continua levando-nos a te procurar no fogo, no terremoto, na ventania, nos acontecimentos que impressionam. Vem ao nosso encontro como vento calmo e benfazejo, como o calor sereno e acolhedor do colo dos melhores pais.  Socorre nossa pouca fé e cura as dúvidas do nosso coração e os desvios do nosso afeto. Ensina aos pais o cuidado dos filhos e filhas, colocando-te entre eles e guiando-os como modelos de vida, e não como patrões e senhores. E que nossas famílias sejam escolas de comunhão e generosidade. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf